Continuamos a tratar da casca
Continuamos a moldar a casca
Continuamos a remar de costas
E a provar guas quase mortas
E a viver ruas j pisadas
E a levar pedras j usadas
Num saco meio roto
Num saco meio morto
Tentamos no manchar a casca
Para fazer brilhar a casca
Tentamos no parar de costas
Tentamos no falhar respostas
Que nunca nos vejam de fora!
para ns que o mundo adora
Passos de dan'a no cho
para ns que os olhos olham.
Fingimos no pensar na casca
Tentamos perdoar a casca
Separamos bem e mal
Quando se inspira o real
E se queima o que vida
Mais uma hora despida
Onde guas no escorrem
E mgoas no morrem
Para qu tirar retratos?
Para qu limpar os fatos?
Para caber na moldura
No ligar ruptura
Mandar calar o p
Deixar ficar o n
Partir mais uma corda
Expulsar mais uma ndoa
Tentamos disfarar demnios
Por medo desviamos olhos
Por fuga apagamos fogos
Por escudos renascemos novos
Sem rasto esquecemos lbios
Altivos, rastejamos, sbios
Cada vez mais fundo
No buraco do mundo
Com fora agarra-se a casca
Que s o que nos resta
Que o mastro derreteu
Mais tudo encolheu
Quisemos testar barreiras
E construmos teias
Difceis de romper
E aqui ficamos presos
...na casca.
Casca tempo que di
janela fechada que estilhaa
quando se olha para trs.
Vento o que bate na cara
s largar a casca!
No se olha para trs!
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