Karolina Com K Songtext - Luiz Gonzaga

Karolina Com K - Luiz Gonzaga

Karolinaaa.
Hahaa.
Karolina foi o maior estrupicio que encontrei na minha vida!
ahh.mulé bagunceira da mulesta, mulé cangaceira.
Conheci Karolina num forró que eu tava tocando.
quando eu avistei aquela mulézona diferente no meio do salão
sem dançar com ninguêm, só mangando dos matutos.

Eu pensei comigo.
-aquilo deve ser um grande pedaço de mal caminho!.
mulé bunita, morena trigueira, cabelo comprido, boa linha de lombo.haha.!
Ai eu começei a caprichar no Fole vei pra ver se ela dava fé de mim.
mais ela nem fé deu.

E eu pensei comigo.
-Destá danada.deixa aparecer um colega pra me da uma ajuda, eu vou ai pra
tu ver o que é bom pra tosse!.
Ai apareceu Ancermo.
-Ôh Ansermo!.pega essa sanfona aqui.
Ancermo pegou a sanfoninha, ai eu fui na banda de Samarica

-Samarica tem celveja?.
-bote um caliçe.
-cerrejinha é essa Samarica?.só tem espuma.

-Oxente?!.celveja quente é assim mermo!.

-Apois bote duas encangada ai no fundo do pote, que eu vorto mais tarde!.

ai me butei pro salão com mais de mil!.
xeguei perto dela e disse.

-Que mal pergunte.vois mi cê que é a Carolina?.
ela escorou na perna esquerda.descançou a direita.
botou as mão nos quartos.balançou, e disse.

-Perguntas bem.Karolina com K.

-Que dançar mais eu?.

ela disse.
-Só se for agora!.

abufelei!.e sai com essa mulé!.
jogue ela pras direita, ela veio.joguei pra esquerda, ela tava ia.
mulé era adivinhona!.chamei a mulé no vôo do karkará.
sabé comé o karkará né?.ele voa na vertical para no ar e fica penerando.
ai eu vim descendo com ela bem devagazinho nos meus braços.
quando ela triscou o chão.ela deu uma gaitada!.

-Hahaii!.eh hoje.
eu digo é hoje mermu!
ai saimos fazendo aqueles fuxico todo, a mulé pegou o cabelão enrrolou na mão.
ki nem o vaqueiro quando vai derrubar boi.pendeu a cabeça pro lado.
e saiu rodado.e eu rodando mais ela dando cheiro no kangote dela!
nessa altura nois ja tava fazendo era triato.era o maior burburi da mundo!

ai eu disse pra ela:
-Karolina vamu aculá?.

ela respondeu:
-Boraa.

Chegamo na banca de Samarica
-Samarica.cerrejinha.
ela butou uma.nois bebemu.
-Bote mais uma.
ela butou a outra.nois bebemu.
eu disse:
-Samarica.bote mais duas encangada no fundo do pote
que nois vamu vortar mais tarde!.
ai vortemu pro salão.
ai eu num tava fazendo akela mizera toda mais não.
ai nois ja tava sereno.nois ja tava dakele jeito.maior felicidade.
ai zé do bainha xegou bateu a mão no meu ombro e disse:

-Gonzaga.acabou a festa.
eu digo:
-oxente?.acabou a festa?.

-acabou pra você!.
-você agora vai tocar.
-você que é o tocador?
-você ta aqui fazendo arte.ta fazendo até triato.ihh.vá tocar!

-Apois ta certu!
ai cheguei perto do Ansermo e disse:
-Ansermo.passa a sanfona pra cá, e vá dançar com karolina.
-mais não vão pra longe não viu?.fica dançando aqui em vorta de mim.
ai Ansermo axou foi bom!.
ai eu caprixei.
devez enquando.Ansermo passava por perto de mim assim.
karolina dava uma rabanada de vestido pra riba d'eu.
cubria a sanfona.ai eu só sentia aquele cheiro de fulô de amor.Haha!.
maior filicidade.
ai Zé do bainha gritou de lá.
-é 5 mi reis.ta na hora da cota.
-é 5 mi reis.quem nun pagar nun dança.
-é 5 mi reis.
-nãooo!.ta cunverçando homi!
-Oxente!
-num quero cocorê...nem xoro baixo!
-é 5mi reis.é 5mi reis.é 5mi reis.

Também foi ligeiro.fez a côta, xegou perto d'eu e disse
-o teu ta aquii!.
eu disse:
-Ansermo.passa a sanfona ai pra Pedro meia garrafa.
-Sanfona na mão de Pedro meia garrafa!
ai eu saii.zé do bainha ganhou os quarenta.
ai eu sai com karolina e Ansermo!.
-Vamu contar o dinheiro Ansermo! é 20 pra tu.e 20 pra eu!
-eu vou contar.prontu!
-Um pra eu.um pra tu.um pra eu.
-Um pra eu.um pra tu.um pra eu.
Ansermo besta.com as butuca ensima de karolina.
nem presta atenção na minha contage.e eu tô lá!
-Um pra eu.um pra tu.um pra eu.
-Um pra eu.um pra tu.um pra eu.
-Pronto Ansermo!
-aqui ta o teu.aqui ta o meu.
-agora tu vai vorta a tocar até de manhã, guarda minha sanfona
que amanhã eu vou buscar.
e eu já vou com karolina.hahaii.

xegamos na banda de Samarica.
-Samarica.
-Cerrejinhaa.cerrejinha.
Samarica passou a cerrejinha pra eu.
nois bebemu.
ota cerrejinha.bebemu a ota!
ai ja tava ali perto mermu do pé de sombrião
onde minha éguinha tava amarrada.
xeguei perto da éguinha, acoxei a cia, passei a perna,
joguei karolina na garupa, saimos escondidos pelos os fundos
e fomos simbora.

ai karolina disse pra mim:
-olha Gonzada, da uma buxa mermu que a cabruêira vem ai atraz.
parece que eles tão querendo butar gosto ruim no nosso amor.

-não diga issu karolina!.
sapiquei a espora do suvaco no vazii dessa égua.
ai a éguinha se abaixou.saiu danada chega saiu baixinha.
-piriri.piriri.piriri.piriri.piriri.piriri.piriri...
-êpa!...
parei memu na beira do rio, o riacho tava cheiro rapaz!
ai.a égua rifugou água.
-e agora karolina?

-vamu se esconder dentro das moitas!.ai por dentro dos matos.
ai nos entremo nos matos.a negrada vinha atraz, riscou também na beira do rio.
ai nos escultamos foi o cunverceiro deles:

-eh.sumiram.se encantaram.se escafedeucem.
-vamu caçar eles?
-hoomiii.vamu vortar pro samba, que ainda tem umas 2 horas de forró.
-é mesmo.vamu vortar.

a cabrueira vortou.e nois 3 ali dentro da moita.
eu.karolina.e minha égua.
e ali nois 3.escultando a cantiga das águas.
tirei a sela.e lavei a éguaaa!...
Hahaii...


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